Não sou o Bocage ou o Pessoa, em que a genialidade que brota das suas palavras deixa qualquer um absorto.
Não sou um desses actores que espalham charme e encantam todas as mulheres.
Não sou o Esteves Cardoso nem o Ricardo Araújo Pereira que são capazes de entreter e divertir Portugal inteiro.
Não sou o Dallai Lamma ou o Bento XVI que são luz guia e fonte de espiritualidade para todo o planeta.
Mas ainda que mediocremente, sou eu que te escrevo coisas, ainda que de forma desajeitada e sem graça, sou eu que abro as portas para tu passares.
Ainda que com pouca piada ou de forma desinteressante, sou eu que estou aqui para falar contigo.
Ainda que sem ser exemplo para ninguém sou eu que me preocupo com a tua espiritualidade.
Pois…
Eu sei que tu estás habituada a que eu seja rocha firme onde tu ancoras o teu barco em dias de tempestade.
Pois…
Eu sei que normalmente são os meus ombros que amparam as tuas lágrimas,
Pois…
Eu sei que são os meus braços que te abraçam quando tu precisas.
Pois…
Eu sei que é da minha cabeça que saem as análises coerentes e é da minha boca que esperas as opiniões objectivas, que te ajudam (ou não) a enfrentar os teus problemas.
Pois…
Sendo tudo isto verdade, também é verdade que, este calhau precisa de um pouco de sol entre as tempestades, que estes olhos também vertem lágrimas e que esta cabeça também precisa de ser incoerente e confusa para manter a sua (in)sanidade.
Não quero ser o Super Homem, nem receber um louvor, nem ser condecorado com a Cruz da Ordem de Malta. Espero apenas que me trates com algum carinho. É que um camelo aguenta sete dias sem água mas se ao oitavo não beber morre como qualquer outro bicho.
julho 08, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Não tendo (digo eu) sido escrito para mim mas, tendo em conta que descarrego tanto em cima de ti, podia muito bem ser... vai lá 8 dias de "férias" mas ao 9º voltas que precisamos todos de ti, ok?
E eu, então... às vezes até tenho pena de ti, amigo ;)
Enviar um comentário